A história dos conflitos pela terra de Israel é longa e complexa. Não há uma resposta simples ou definitiva para essa questão, mas vou tentar resumir alguns dos principais pontos.
- A região da Palestina, onde hoje se localiza Israel, é considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos. Ao longo da história, foi dominada por diferentes impérios e povos, como egípcios, assírios, babilônios, persas, gregos, romanos, bizantinos, árabes, cruzados, otomanos e britânicos.
- No final do século 19, surgiu o movimento sionista, que defendia a criação de um Estado judeu na Palestina, como forma de escapar do antissemitismo na Europa. Os judeus começaram a imigrar para a região, comprando terras e fundando colônias.
- Após a Primeira Guerra Mundial, a Palestina ficou sob o mandato britânico. Os britânicos prometeram tanto aos judeus quanto aos árabes que apoiariam seus projetos nacionais na região, mas não cumpriram suas promessas. Isso gerou tensões e conflitos entre as duas comunidades.
- Após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, a pressão internacional pela criação de um Estado judeu aumentou. Em 1947, a ONU propôs a partilha da Palestina em dois Estados: um judeu e um árabe. Os judeus aceitaram o plano, mas os árabes o rejeitaram.
- Em 1948, os judeus declararam a independência de Israel. Os países árabes vizinhos invadiram o novo Estado, iniciando a primeira guerra árabe-israelense. Israel venceu a guerra e ampliou seu território, ocupando parte da área destinada ao Estado árabe. Cerca de 700 mil palestinos fugiram ou foram expulsos de suas casas.
- Em 1967, ocorreu a Guerra dos Seis Dias, na qual Israel derrotou os exércitos do Egito, da Síria e da Jordânia. Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (do Egito), as Colinas de Golã (da Síria) e a Cisjordânia (da Jordânia). Esses territórios passaram a abrigar milhões de palestinos sob controle israelense.
- Em 1973, ocorreu a Guerra do Yom Kippur, na qual os países árabes tentaram recuperar os territórios perdidos em 1967. Israel resistiu ao ataque e manteve as áreas ocupadas.
- Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a reconhecer Israel e assinar um tratado de paz. Em troca, Israel devolveu o Sinai ao Egito.
- Em 1987, iniciou-se a Primeira Intifada, uma revolta popular dos palestinos contra a ocupação israelense. Os palestinos usaram métodos como greves, boicotes, manifestações e ataques com pedras contra os soldados israelenses.
- Em 1993, após negociações secretas na Noruega, Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) assinaram os Acordos de Oslo. Eles previam o reconhecimento mútuo entre as partes e a criação de uma Autoridade Nacional Palestina (ANP) com autonomia limitada em partes da Cisjordânia e de Gaza.
- Em 1994, a Jordânia se tornou o segundo país árabe a reconhecer Israel e assinar um tratado de paz.
- Em 2000, ocorreu a Segunda Intifada, uma nova onda de violência entre israelenses e palestinos. Ela foi desencadeada pela visita do líder da oposição israelense Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, considerada sagrada tanto por judeus quanto por muçulmanos. Os palestinos usaram métodos como atentados suicidas contra civis israelenses.
- Em 2005, Israel se retirou unilateralmente da Faixa de Gaza, mas manteve o controle das fronteiras, do espaço aéreo e do mar. Em 2006, o grupo islâmico Hamas venceu as eleições parlamentares palestinas e assumiu o controle de Gaza, expulsando a ANP. Israel considera o Hamas uma organização terrorista e impôs um bloqueio econômico ao território.
- Em 2007, ocorreu a Conferência de Annapolis, na qual Israel e a ANP se comprometeram a retomar as negociações de paz com base na solução de dois Estados. No entanto, as conversas não avançaram devido a divergências sobre questões como o status de Jerusalém, os assentamentos israelenses, os refugiados palestinos e as fronteiras.
- Em 2008, ocorreu a Operação Chumbo Fundido, na qual Israel lançou uma ofensiva militar contra o Hamas em Gaza, em resposta aos foguetes disparados pelo grupo contra o território israelense. A operação causou mais de mil mortes, a maioria de civis palestinos.
- Em 2012, ocorreu a Operação Pilar Defensivo, na qual Israel lançou outra ofensiva militar contra o Hamas em Gaza, em resposta aos foguetes disparados pelo grupo contra o território israelense. A operação causou mais de 150 mortes, a maioria de civis palestinos.
- Em 2014, ocorreu a Operação Margem Protetora, na qual Israel lançou outra ofensiva militar contra o Hamas em Gaza, em resposta aos foguetes disparados pelo grupo contra o território israelense. A operação causou mais de 2 mil mortes, a maioria de civis palestinos.
- Em 2020, ocorreu o Acordo de Abraham, no qual Israel normalizou suas relações diplomáticas com quatro países árabes: Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos. O acordo foi mediado pelos Estados Unidos e previa que Israel suspendesse seus planos de anexar partes da Cisjordânia. No entanto, os palestinos rejeitaram o acordo e o consideraram uma traição à sua causa.
- Em 2021, ocorreu uma nova escalada de violência entre Israel e o Hamas em Gaza, após tensões em Jerusalém envolvendo a possível expulsão de famílias palestinas de seus lares no bairro de Sheikh Jarrah e confrontos entre policiais israelenses e fiéis muçulmanos na Esplanada das Mesquitas durante o mês sagrado do Ramadã. O Hamas disparou milhares de foguetes contra Israel, que respondeu com ataques aéreos contra Gaza. O conflito causou mais de 250 mortes, a maioria de civis palestinos.
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Créditos Chaline Grazik
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