Racha entre Hugo Motta e Lindbergh Farias expõe crise na base de Lula e reacende debate sobre anistia
A discussão acalorada entre o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, ganhou destaque em Brasília nesta semana e trouxe à tona uma realidade incômoda para o governo: a base aliada de Lula enfrenta fissuras cada vez mais difíceis de esconder. O embate, que ocorreu durante debates internos sobre articulação política, acabou fortalecendo a narrativa da oposição e criando um ambiente mais favorável para pautas que estavam adormecidas, incluindo a discussão sobre a anistia aos investigados pelo 8 de janeiro.
Segundo relatos nos bastidores, a troca de farpas entre Motta e Lindbergh evidenciou não apenas divergências ideológicas, mas também a perda de coordenação do governo dentro do Congresso. A situação expôs fragilidades do Palácio do Planalto na condução de sua agenda e a dificuldade de manter coesão entre parlamentares que, teoricamente, deveriam sustentar a governabilidade. Para a oposição, esse desgaste interno abre uma janela de oportunidade rara.
O bolsonarismo, que vinha tentando recuperar fôlego após meses de desgaste, encontrou no conflito entre os dois líderes políticos um combustível inesperado. O episódio gerou novos espaços para argumentação, reforçando a ideia de que o governo Lula perdeu sua capacidade de diálogo com setores importantes da Câmara. Com a base rachada, a oposição ganha terreno e consegue pressionar por pautas estratégicas que antes não avançavam.
A movimentação ao redor da anistia mostra como o clima político mudou rapidamente. O governo, enfraquecido pelos seus próprios conflitos internos, perdeu a capacidade de controlar a pauta legislativa com a mesma firmeza de meses atrás. Com isso, temas antes travados voltam à cena com força. A oposição vê no momento a chance de, finalmente, pautar algo que tem enorme peso simbólico e que pode redefinir a relação entre governo e Congresso.


