Bolsonaristas e Centrão Articulam Anistia: O Jogo de Bastidores que Pode Recolocar Bolsonaro em 2026
Nos corredores de Brasília, a movimentação em torno da chamada “PEC da Anistia” ganha força a cada semana. Bolsonaristas e setores do Centrão intensificaram as negociações para aprovar uma medida que poderia livrar Jair Bolsonaro e centenas de acusados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, ainda vista com desconfiança por parte da sociedade civil, tem como pano de fundo uma disputa política de longo prazo: garantir o caminho de Bolsonaro para a disputa presidencial em 2026.
A articulação entre bolsonaristas e o Centrão se apoia em interesses mútuos. Para os aliados de Bolsonaro, a anistia é essencial para encerrar o cerco judicial que ameaça não apenas o ex-presidente, mas também parlamentares e apoiadores envolvidos nos atos antidemocráticos. Já para líderes do Centrão, o projeto representa uma moeda de troca poderosa, capaz de garantir benefícios em futuras negociações com o Executivo e ampliar sua influência no Congresso.
Em meio a esse cenário, o fator internacional pode ser decisivo. Donald Trump, aliado histórico de Bolsonaro, tem exercido forte pressão nos bastidores, insistindo que o Brasil precisa encerrar as perseguições contra o ex-presidente. O encontro marcado entre Trump e Lula, previsto para os próximos dias, surge como um momento-chave. A depender do que for acordado, esse diálogo pode acelerar os entendimentos internos e abrir espaço para a aprovação da anistia.
Críticos, no entanto, alertam que a medida representaria um perigoso precedente. Ao conceder perdão a quem tentou subverter as instituições democráticas, o Congresso estaria enviando uma mensagem de impunidade e fragilizando ainda mais o Estado de Direito. Para analistas, uma anistia ampla seria um retrocesso histórico, capaz de minar a credibilidade do país no cenário internacional e abrir espaço para novos episódios de instabilidade.